O Ministro Paulo Guedes fala em recursos para socorrer sistemas de ônibus no âmbito do Programa Pró-Brasil

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Em entrevista coletiva no início da noite da quarta-feira (29) o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu que parte dos recursos do programa Pró-Brasil, para recuperação econômica da crise gerada pelo avanço do novo Coronavírus no Brasil, seja revertida para o financiamento do Transporte Público, um dos setores mais atingidos pelas medidas de isolamento social necessárias para reduzir o ritmo do avanço da doença no Brasil que, até a quarta-feira, matou 5.466 pessoas. Já são 78.162 casos de contágio.
Inicialmente os recursos previstos no programa eram de cerca de R$ 90 bilhões, mas agora deve contar com aproximadamente R$ 120 bilhões.
Segundo Guedes, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é o relator do Projeto de Lei que vai ser votado, compreendeu que é necessário haver uma contrapartida de estados e municípios para conseguirem os recursos da União.
Paulo Guedes disse que o Transporte Coletivo não pode parar e que na destinação da verba federal, os estados e municípios devem considerar o financiamento da atividade.
“Vamos dar mais dinheiro, realmente. Eram 90 bi (R$ 90 bilhões), vamos dar um pouco mais, vamos R$ 100, R$ 110, R$ 120 (bilhões). Porque não é só a Saúde, tem o Transporte Público. Nós não podemos federalizar o problema do Transporte Público. O ônibus tem de correr e não tem ninguém andando de ônibus, mas amanhã você precisa ir em hospital, você deve ser atendido. A população mais pobre precisa ser atendida. O táxi não está correndo, os ônibus se não correrem também como é que a população vai se mover? Então é um problema de mobilidade urbana, mas em vez de você federalizar o problema, você dá mais dinheiro para os estados e municípios, esse dinheiro desce, ele vai para a Saúde, mas vai também para as atividades correlatas” – disse. Empresas de ônibus urbanos e metropolitanos com as quais o Diário do Transporte entrou em contato relatam perdas de receitas entre 70% e 90% por causa da queda da demanda de passageiros.
O Diário do Transporte tem também noticiado uma série de greves de motoristas e cobradores por causa da falta de pagamento de salários e benefícios.

EXEMPLOS PRÁTICOS DE FINANCIAMENTO
A equipe do Diário do Transporte mostrou também uma série de iniciativas de estados e municípios para financiar os sistemas de ônibus e, assim, evitar que os serviços parem e que mais funcionários do setor sejam demitidos.
Na quarta-feira (29) o secretário de Mobilidade e Infraestrutura do Espírito Santo, Fábio Damasceno, conversou com a repórter Jessica Marques sobre a compra e combustível para empresas de ônibus do Sistema Transcol. Após negociação com a Petrobras, o Governo fechou um contrato para a compra de 2,5 milhões de litros de diesel por mês, resultando em R$ 6 milhões mensais.
Além do combustível, o Governo do Estado seguirá pagando o subsídio referente à diferença entre a tarifa técnica e o valor pago pelo usuário do Transcol. Atualmente, o passageiro paga R$ 3,90, mas o valor seria de quase R$ 5 sem o montante pago pela Semob às empresas.
Entretanto, como o valor é proporcional aos resultados de bilhetagem e houve uma queda de 75% no número de passageiros, o subsídio que antes era de aproximadamente R$ 15 milhões caiu para R$ 6 milhões mensais. Também por esse motivo é que surgiu a necessidade do auxílio financeiro com a compra de diesel.