Não é brincadeira – Será que o bullying ronda a sua casa?

Agressão costuma ocorrer na escola, mas pode ser pela internet

Texto: Evelin Azevedo/infoglobo | Fotos: Divulgação

O debate sobre o bullying tomou força nos últimos dias, depois que um adolescente armado, de 14 anos, matou dois colegas de classe e feriu outros quatro, dentro da escola em que estudava em Goiânia (GO). Segundo a polícia, o crime foi motivado por bullying. A prática é marcada por violência verbal e física continuada, como explica Alcione Marques, psicopedagoga clínica e escolar na Unidade Integrativa Santa Mônica. E o que mais aflige os pais é saber identificar se seu filho passa por isso.
“Essa é uma ação de intimidação ou humilhação praticada por uma ou mais pessoa que é dirigida a um indivíduo ou a um grupo. Normalmente alguém física e psicologicamente mais forte faz a ameaça, menospreza ou agride a vítima.
Visto por muitos apenas como brincadeiras de mau gosto, o bullying pode causar problemas sérios à saúde mental de quem o sofre, podendo desencadear até o suicídio.
“As consequências são duras, podendo causar depressão e em alguns casos até levar ao suicídio. As sequelas podem durar a vida toda, interferindo na maneira como a pessoa vai passar a se relacionar com as outras. Mas o trauma pode ser superado” – diz a educadora Andrea Ramal.
As ações que eram muitas vezes restritas ao ambiente escolar ganharam uma amplitude maior com o surgimento das mídias sociais. Agora, as vítimas podem ser atacadas a qualquer hora.
“As redes sociais podem potencializar, desencadeando o bullying virtual” – afirma a psicanalista Rita Martins.

O que fazer para ajudar seu filho

É comum que quem sofre bullying não fale para ninguém sobre a situação por sentir vergonha. Por conta disso é muito importante que os pais e a escola fiquem atentos aos sinais dados pelas crianças e adolescentes (veja ao lado), para agir o quanto antes.
“É importante que os pais mantenham uma comunicação aberta com os filhos. É preciso acolhê-lo e incentivá-lo a dizer o que está acontecendo. Se a criança apresentar sintomas de ansiedade, comportamento depressivo ou isolamento mesmo após a situação resolvida, a busca de um terapeuta pode ser indicada” – finaliza Alcione.