Levar choque no carro é comum nesta época

Quem nunca se surpreendeu ao levar um choque ao abrir ou fechar a porta do carro? O fenômeno, um efeito da eletricidade estática, é especialmente comum nesta época do ano e, apesar de incômodo, não oferece riscos.
Engana-se quem pensa que o problema tenha a ver com a parte elétrica do veículo. De acordo com o físico Mauro Andreassa, membro da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), uma das causas é o atrito do corpo dos passageiros com o estofamento.
“Quando a roupa do motorista entra em atrito com o banco, esse movimento provoca a perda ou o ganho de elétrons (partículas de energia de carga negativa), o que nós chamamos de eletricidade estática”, explica o físico. “Se ele sai do carro e encosta em uma superfície neutra, opera-se um fluxo de cargas elétricas e o choque é sentido.”
A descarga pode atingir valores de até 3 mil Volts, mas, segundo Andreassa, não faz mal à saúde. “A tensão é alta, mas a corrente é baixa. Portanto, gera apenas um desconforto.”
É senso comum acreditar que a maior incidência de choques no carro ocorre no inverno por causa do tempo frio. Porém, na verdade o fenômeno está relacionado à baixa umidade. Isso explica por que os choques se tornaram frequentes nas últimas semanas, que foram mais secas. “Nessas condições, os elétrons ficam mais concentrados, o que permite que sejam descarregados de forma súbita”, diz o físico.
Por essa mesma razão, o uso de ar-condicionado pode aumentar a possibilidade de choques, já que o ar da cabine do veículo fica ainda mais seco.

VARIAÇÕES
Nem todo mundo é suscetível à eletricidade estática da mesma maneira. A composição corporal, em especial o teor de água no organismo, pode influir no fenômeno. Os tipos de roupa e calçado que são usados também fazem diferença.