Emissão de gás sobe 3,5% no Brasil

Desmatamento da Amazônia é responsável

Em 2015, o Brasil emitiu 1,927 bilhão de toneladas brutas de CO2 divulgação
Em 2015, o Brasil emitiu 1,927 bilhão de toneladas brutas de CO2
divulgação

O aumento da taxa de desmatamento na Amazônia no ano passado levou a uma alta de 3,5% nas emissões de gases de efeito estufa do Brasil, na comparação com 2014. Esta é a principal conclusão da nova edição do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg), um monitoramento paralelo ao oficial, divulgado pelo Observatório do Clima.
Apesar da crise econômica, que em geral é associada à queda de emissões, o Brasil lançou para a atmosfera 1,927 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (a soma de todos os gases de efeito estufa convertidos em dióxido de carbono) no ano passado, ante 1,861 bilhão de toneladas em 2014. Os números são de emissões brutas, sem descontar as remoções de gases da atmosfera por florestas.
A crise teve reflexo nas emissões de energia, que apresentaram pela primeira vez desde 2009 uma queda de (5,3%), mas nenhum impacto no desmatamento. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a taxa anual de perda da Amazônia, entre agosto de 2014 e julho de 2015, cresceu 24% em relação ao período anterior.
O setor de mudança do uso do solo foi historicamente a principal fonte de gases de efeito estufa no Brasil, mas a queda do desmatamento da Amazônia de cerca de 80% entre 2004 e 2012 tinha sido o principal motivo pelo qual o país diminui sua contribuição ao aquecimento global. Agora, porém, houve uma alta de 12% dessas emissões, considerando perdas em todos os biomas.
“De 2005 a 2015, as emissões do Brasil caí-
ram 39%, mas isso se concentrou de 2005 a 2010 (queda de 42,1%). De lá para cá estabilizou (o saldo do período de 2010 a 2015 é uma queda de 2%). Só tivemos uma redução grande em um momento curto, quando caiu o desmatamento. E nos outros setores as emissões continuaram crescendo. As de energia, em dez anos, cresceram 44,7%”, disse Tasso Azevedo, que coordena o Seeg.