De olho nos filhos, conhecer as fases da infância ajuda a identificar problemas

Pais devem ficar atentos ao tempo de desenvolvimento das habilidades

texto: Evelin Azevedo/infoglobo | foto: reprodução/facebook

Quanto mais uma criança demora para falar e andar, mais os pais ficam preocupados. Muitos correm para o pediatra, ansiosos, para saber se seu filho está desenvolvendo suas habilidades dentro do tempo considerado normal. Conhecer as etapas do crescimento de uma criança é fundamental para observar, com antecedência, sintomas de distrofias musculares (doenças genéticas que enfraquecem progressivamente os músculos).
Uma das doenças mais comuns na infância, apesar de rara, é a distrofia de Duchenne. O problema afeta, predominantemente, crianças do sexo masculino e é passada de mãe para filho. Seu diagnóstico costuma ocorrer quando o menino tem 7 anos.
– A criança que tem a distrofia de Duchenne normalmente demora um pouco mais para andar. Quando fica maior, não consegue correr como os coleguinhas nem subir nos brinquedos tipo ‘trepa-trepa’.
Ao andar, cai com frequência e só consegue levantar com o auxílio das mãos, escalando o próprio corpo. Esses meninos também têm as panturrilhas aumentadas – aponta os sintomas a pediatra e presidente da Aliança Distrofia Brasil, Ana Lúcia Langer.
Apesar de não ter cura, é possível fazer um tratamento que desacelera o avanço da distrofia.
“Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, mais qualidade de vida é possível dar para a criança. Por isso, é importante que os pais estejam atentos aos marcos do desenvolvimento do filho” – afirma Eduardo Jorge, neuropediatra do Hospital Caxias D’Or.
O diagnóstico pode ser feito a partir das observações dos sintomas, e por um exame para detectar se a quantidade da enzima creatina quinase (CK) está muito aumentada. Em último caso, é necessário um teste de DNA.
Por causa da degeneração dos músculos, a criança, por volta dos 10 anos, passa a necessitar da cadeira de rodas para se locomover.