Dá para ter ótima saúde ao consumir industrializados?
Especialistas dão dicas de como fazer boas escolhas
Arroz, feijão, pão de fôrma, farinha de trigo, carnes congeladas… os produtos industrializados estão no prato e na despensa dos brasileiros. Acreditar que um alimento faz mal só porque ele carrega a marca de uma empresa é um erro, dizem os especialistas.
“O vilão da história não é o produto industrializado, mas o estilo de vida. Comemos mais sal, mais açúcar e ingerimos calorias demais” – afirma Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do HCor.
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, a dieta deve ser baseada em alimentos in natura ou minimamente processados: aqueles que vêm diretamente da natureza para o prato, ou que passam por pequenos processos, como limpeza e embalagem. Mas como saber qual alimento industrializado respeita essas regras?
“O primeiro passo é ler o rótulo do produto e ver de quais ingredientes ele é composto” – orienta a nutricionista Marcia Daskal.
É preciso ficar bem atento ao que está escrito no rótulo e consumir o mínimo possível de gordura e sódio. Em contrapartida, é fundamental dar preferência às fibras.
O Guia Alimentar recomenda que sejam evitados os alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados e salgadinhos de pacote. Normalmente, as comidas prontas congeladas também fazem parte desse grupo.
Escolher o que colocar ou não no prato deve respeitar também a cultura e a condição socioeconômica local. “Existem regiões brasileiras em que a alimentação é praticamente toda in natura, como na Amazônia. Já no Rio, há uma gama maior para industrializados” – analisa Raul Lody, antropólogo e autor do livro ‘Caminhos do Açúcar’.
“É muito mais fácil colocar a culpa no alimento, em vez de rever todo o estilo de vida. Nos últimos 10 anos, a população come mais frutas, legumes e verduras, mas a obesidade cresceu. A pessoa restrige a alimentação, mas não se movimenta, a conta não vai fechar alerta o preparador físico Marcio Atalla.