Acidente vascular cerebral pode atingir jovens

Mais de 100 mil brasileiros morrem todo ano por causa do problema

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O Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) foi lembrado no dia 29 de outubro. Com ele, o alerta de especialistas de que esta não é mais uma doença restrita às pessoas com mais idade. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 100 mil brasileiros morrem todo ano em decorrência do problema, sendo que 90% dos casos podem ser prevenidos com a adoção de hábitos saudáveis e com exame das carótidas.
O AVC tem prevalência maior entre pessoas acima dos 60 anos. Mas mudanças no estilo de vida, como sedentarismo, estresse, sobrepeso, hipertensão aumentam fatores que levam pessoas mais novas a terem um AVC – alerta a neurologista Vanessa Muller, que acrescenta o tabagismo, a diabetes e o colesterol alto como fatores graves de risco.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC, conhecido como derrame, é hoje a terceira doença que mais mata no mundo e a principal causa de morte no Brasil. Ele pode ser definido como um deficit neurológico causado por interrupção do fluxo sanguíneo a uma determinada região do cérebro.
Os sintomas mais comuns, explica a neurologista, são fraqueza ou dormência em uma parte do corpo, dificuldade em falar, compreender, ler ou escrever; piora súbita na visão; dor de cabeça fora do comum; vômitos; visão dupla; desequilíbrio; vertigem e tontura; convulsão; desmaio; sonolência e rigidez na nuca.
Tempo é tudo. Então, quanto mais rápido se chegar ao hospital, maiores as chances de a pessoa sobreviver e menos chances de sequelas – conclui Vanessa.

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Cuidado com os hábitos ruins

Cerca de 90% dos AVCs são isquêmicos, causados por um coágulo de sangue que obstrui uma artéria do cérebro e, geralmente, não causam dor.
É importante que se adquira a cultura da avaliação médica constante, principalmente no homem, que não tem isso. As pessoas, desde cedo, têm que procurar controlar o peso, não fumar, praticar atividade física – aconselha o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio, Carlos
Peixoto.
Ele avalia ainda que o uso indevido de pílulas anticoncepcionais está trazendo sérios riscos às meninas.
Os novos hormônios são mais efetivos no controle da natalidade e da endometriose, mas têm mais efeitos colaterais. Aumentam a chance de trombose venosa no cérebro, o que aumenta o risco de AVC. É preciso recomendação médica adequada.

No Dia Mundial do AVC, a Santa Casa de
Piracicaba
reforça a
importância

O neurologista Theo Germano Perecin da Santa Casa de Piracicaba revela ainda que o ideal é que o tempo máximo entre a apresentação de sintomas pelo paciente, o acionamento do Samu (Serviço de Atendimento Médico de
Urgência) pelo 192 e a realização de exames para definição do diagnóstico e início do tratamento não podem ultrapassar quatro horas e meia. “Boa parte das mortes poderia ter sido evitada se houvesse divulgação dos critérios de tratamentos exigidos nos casos de emergências médicas”, afirma.