Fitness na água
Atividade física na água ajuda a manter a forma
Treinamento na piscina modela o corpo, além de emagrecer
Se quando alguém fala em exercícios físicos na água, você logo pensa na vovó da hidroginástica ou nas crianças da natação, está na hora de fazer uma visita às piscinas das academias. Com aulas cada vez mais incrementadas e de grandes gastos calóricos, a água está conquistando novas adeptas que conseguem a boa forma e ainda fogem das altas temperaturas.
Saiba que atividades aquáticas estão agitando este verão, quais os benefícios e especificidades de cada uma e onde você pode encontrá-las pela cidade.
Aqua cross
O aqua cross é baseado nos treinamentos militares intervalados, que também inspiraram outras atividades, como o crossfit, por exemplo. Os praticantes fazem um circuito de seis etapas: hidrotone, corda, esteira, estepe, pé de pato e corrida com impacto zero.
“A aula se divide em estações individuais. Cada aluno faz uma dentro de um minuto, realizando o máximo de repetições que ele conseguir, sempre contando quantas realizou. Entre um exercício e outro, ele tem um descanso de 20 segundos. O professor vai anotando essas repetições e faz um set de exercícios. Entre um set e outro, há um descanso de dois a três minutos. Nesse tempo, a pessoa pode beber água ou fazer um exercício tradicional de hidroginástica antes de voltar a fazer a mesma sequência”, explica Roxana Brasil, criadora da atividade, que há três meses entrou para o quadro de horários da academia onde trabalha.
Para a empresária Priscila Raab, de 40 anos, essa variedade de exercícios é um grande diferencial do treinamento: “é uma aula que não enjoa, você está sempre modificando as estações. Cada hora é um exercício diferente que trabalha uma parte específica do corpo. Hoje, por exemplo, a gente fez três circuitos nos 50 minutos de aula. No início, conseguíamos fazer um e meio, no máximo dois”.
Com um gasto em média de 400kcal por aula, o aqua cross trabalha todo o corpo e não apenas um grupamento muscular específico. E, apesar de ser realizado em grupo, é marcado pela individualidade: a cada novo set de exercícios, o aluno deve buscar se superar, aumentando o número de repetições. E, quando o assunto é superação, ela atende pelo nome de corda.
“Eu já fazia musculação dentro da academia e, quando vi a corda, quis muito fazer a aula. No começo, eu não conseguia chegar direito no primeiro nó e hoje já estou indo até o terceiro. Um dia quero conseguir subir o corpo todo – conta a designer Mariana Duarte (na foto principal), de 41 anos, que há três meses pratica a atividade.
Aqua training
O acqua training combina quatro atividades: a pedalada, a corrida, a cama elástica e exercícios localizados para membros inferiores. Com aulas de 50 minutos de duração, há uma predominância de trabalho muscular nos membros inferiores, abdômen e glúteo.
“É uma aula que ajuda bem a capacidade aeróbica, a força e a resistência. Tem gasto calórico aproximado de 500kcal. Por isso, acaba atraindo um perfil diferente de aluno: eles percebem que podem chegar aqui no parque aquático e ter a mesma intensidade de estímulos que têm fora da piscina. Isso porque as aulas são mais intensas”, explica a coordenadora nacional de atividades aquáticas da Bodytech, Paula Toyansk
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A geofísica Jaqueline de Assumpção Farias, de 32 anos, buscou na água a solução para um problema de saúde e acabou encontrando um bom aliado para manter o corpo em forma.
“Tenho problemas nos joelhos e na lombar. Com isso, procurei exercícios que podiam fornecer o condicionamento físico que preciso, sem gerar tanto impacto nas minhas articulações”, diz ela, que faz a aula há cerca de quatro meses e meio.
WATER BIKE MIX
O water bike mix é uma adaptação da tradicional aula de spinning para dentro d’água, com um diferencial básico: a bicicleta não tem assento. Durante as aulas, que têm gasto calórico médio de 500 kcal, os alunos intercalam várias posições no aparelho e movimentos de braços e pernas fora dele.
A principal distinção do treinamento para o spinning comum é que, no tradicional, há prevalência dos membros inferiores, enquanto no water bike mix todo o corpo é trabalhado, com exercícios fora da bicicleta.
“Como não usamos carga, é a própria água que dá resistência. Quanto mais rápido, mais forte o exercício e mais alta a frequência cardíaca. Na piscina, a ferramenta principal é o corpo. Alguns elementos ajudam, como a luva, que funciona como um halter, e o colete, que ajuda na flutuação”, explica Sueli Gomes.
Apesar de fazer exercícios na água há quase cinco anos, a corretora de seguros Gorete Brandão, de 60 anos, percebeu de imediato a diferença que a atividade promoveu no seu dia a dia.
“Desde que comecei a praticar o water bike mix, há pouco mais de um mês, eu senti muitas mudanças no meu corpo. Ele está bem mais modelado! Sem falar que também emagreci cerca de três quilos. Se não vou a uma aula, o corpo sente falta”, conta.
Dica da especialista
Com mais de 20 anos de experiência em atividades aquáticas, a professora Roxana Brasil, da Velox Fitness, indica a água como o meio ideal para qualquer pessoa realizar exercício físico. Ela ressalta que não há contraindicações porque as aulas podem ser adaptadas ao perfil de cada aluno. “Qualquer pessoa pode fazer: um idoso, uma gestante, porque o professor ajusta os estímulos e a intensidade para cada um. Os treinamentos fitness não têm imersão, então também não é necessário saber nadar.” Ela lembra ainda que a água oferece 26 vezes mais resistência que o ar, o que aumenta o gasto calórico. Outra vantagem do esporte aquático é trabalhar o corpo como um todo: “a água mexe com pernas, braços, abdômen, tudo”.