Viajar é uma oportunidade para aprender com o passado

Férias são para relaxar, claro, mas também podem ser uma ótima oportunidade para entender o passado e aprender aquilo que, muitas vezes, pode ter passado batido nos tempos da escola. Os acontecimentos da última semana – que incluíram um ato com cartazes nazistas em Charlottesville, nos Estados Unidos, outro antimuçulmanos no Rio, um atentado terrorista em Barcelona e o aviso pedindo que ‘judeus se banhassem antes de entrar na piscina’ em um hotel nos Alpes suíços – são o exemplo vivo de quanto é necessário aprender com a História.

MUSEUS JUDAICOS
Há muitos museus judaicos para entender os horrores do Holocausto. Berlim, claro, tem o seu, com destaque para a impressionante área forrada de sapatos de judeus mortos pelos nazistas. O Yad Vashem, em Jerusalém, vem criando uma base de dados de mortos durante o Holocausto – o Hall dos Nomes, com mais de três milhões de nomes de vítimas, é uma das salas mais tocantes. Em Nova Iorque, o Museum of Jewish Heritage guarda 2 mil fotos sobre a Segunda Guerra, e conta com exibições permanentes e temporárias. Até dezembro, por exemplo, dá para assistir a um documentário sobre o julgamento, em 1961, de um dos arquitetos do regime nazista, Adolf Eichmann. E há Auschwitz, o mais simbólico campo de concentração, na Polônia, hoje um memorial e museu.

BERLIM
Dividida em Oriental e Ocidental depois da Segunda Guerra, a capital alemã é uma aula de história – muitos pontos importantes podem ser visitados gratuitamente. Caso da East Side Gallery, antigo trecho do Muro de Berlim coberto de grafites. Outro exemplo é a Topografia do Terror, onde ficava o quartel-general nazista, hoje um espaço amplo, com painéis que explicam detalhes sobre o regime. Aos domingos, há tours guiados pelo local – também grátis.
O Memorial do Holocausto, com 2.711 caixas de concreto de diferentes tamanhos, representa os judeus mortos na Europa (e não, não é um lugar para selfies engraçadinhas).
Sem falar no Checkpoint Charlie, um dos postos de controle entre as duas Berlins. Repare no chão da cidade: tijolinhos marcam exatamente onde a muralha passava. Há vários tipos de tour, contudo, para aprender mais. A cidade é bike-friendly e plana, por isso alguns dos meus favoritos são pedalando. Um dos operados pela Berlin on Bike e pela Fat Tire Tours percorre a Trilha do Muro, passando por torres de controle e dando detalhes históricos.