Ministério da Agricultura aprova o único medicamento

A aprovação do MilteforanTM é um marco na medicina veterinária

Zoonose requer diagnóstico específico divulgação
Zoonose requer diagnóstico específico
divulgação

A Leishmaniose Visceral Canina é caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das seis doenças infecciosas mais perigosas do mundo. Ela já foi detectada em pelo menos 12 países da América Latina, sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil. Entre 2009 e 2013 foram registrados aproximadamente 18 mil casos confirmados em seres humanos e, para cada caso reportado, estima-se que haja 200 cães infectados, segundo pesquisas do Ministério da Saúde juntamente com a Secretaria de Vigilância em Saúde.
“Este mês, por meio de nota oficial conjunta, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério da Saúde anunciaram a autorização do registro do produto MilteforanTM, de propriedade da empresa Virbac – indústria farmacêutica francesa de presença mundial e dedicada exclusivamente à saúde animal. Indicado para o tratamento da leishmaniose nos cães, o produto está previsto para ser lançado oficialmente no início de 2017.
O processo de aprovação contou com o apoio e influência de membros do Brasileish (Grupo de Estudos sobre Leishmaniose Animal), que há oito anos lutam juntamente com a Virbac pela aprovação da comercialização do Milteforan no Brasil, tendo em vista que este é o principal medicamento para tratamento da doença em outros países, principalmente na Europa. “Essa vitória é extremamente importante, pois trata-se de um assunto de saúde pública, já que os cães infectados, quando tratados corretamente, deixam de ser reservatórios para o mosquito que transmite a doença para o homem”, afirma Valdir Avino, gerente de assuntos regulatórios da Virbac.
Além disso, a aprovação do tratamento no Brasil representa maior segurança para os donos dos cães, uma vez que é de amplo conhecimento que muitas pessoas, por não aceitarem sacrificar seus cães, apelavam para o mercado negro, importando o medicamento de forma ilegal e sem qualquer garantia em relação à qualidade do produto.

Leishmaniose Visceral
Canina
A Leishmaniose é uma zoonose classificada entre as seis endemias prioritárias no mundo, cuja transmissão ocorre pela picada do vetor flebótomo (Lutzomia spp – ‘mosquito-palha’) infectado. O homem pode ser contaminado se estiver presente em uma área endêmica, como viajante ou como residente. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa.

Cenário atual no Brasil
A doença, que possuía caráter eminentemente rural, expandiu-se para as áreas urbanas, tornando-se um problema de Saúde Pública. Hoje, a região Nordeste é a mais acometida, além de outros grandes centros como Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e outros municípios paulistas como Araçatuba, Bauru, Presidente
Prudente.

Identificação da doença
A Leishmaniose Visceral Canina é uma patologia que pode ser confundida com outras doenças e requer diagnóstico específico. Este deve ser realizado por uma triagem sorológica, confirmado por uma avaliação clínica correta e por exames específicos, como o PCR-RT e citologia de medula.