Tirar férias longas aumenta tempo de vida

Estudo mostra que períodos curtos de descanso estão associados a mais mortes

texto: infoglobo | foto: Pixabay

Relaxe! Tirar férias tende a prolongar a vida. E nada de dividir o descanso em períodos curtos, se você quiser viver mais. Esta é a conclusão de um estudo feito ao longo de 40 anos e apresentado recentemente no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia.
“Não pense que ter um estilo de vida saudável pode compensar o fato de se trabalhar pesado e não tirar férias”, disse o professor Timo Strandberg, da Universidade de Helsinque, na Finlândia. “As férias podem ser uma boa maneira de aliviar o estresse”.
O estudo incluiu 1.222 homens executivos de meia-idade nascidos entre 1919 e 1934, e recrutados no Helsinki Businessmen Study em 1974 e 1975. Os participantes tinham pelo menos um fator de risco para doença cardiovascular (tabagismo, pressão alta, colesterol alto, triglicérides elevados, intolerância à glicose ou excesso de peso).
Os participantes foram separados em um grupo de controle (610 homens) e um grupo de intervenção (612 homens) por cinco anos. O grupo de intervenção recebeu recomendações a cada quatro meses para fazer atividade física, comer alimentação saudável e parar de fumar. Quando os Conselhos de Saúde isoladamente não foram eficazes, os homens do grupo de intervenção também receberam medicamentos para reduzir a pressão arterial e os lipídios (gorduras). Já os homens do grupo de controle receberam Cuidados de Saúde habituais e não foram acompanhados.
O professor Strandberg observou que o controle do estresse não fazia parte da medicina preventiva na década de 1970, mas é agora recomendado para indivíduos com alguma doença cardiovascular ou com risco de desenvolver uma. Além disso, medicamentos mais eficazes estão disponíveis para baixar o colesterol e a pressão sanguínea .
“Nossos dados sugerem que a redução do estresse é parte essencial dos programas que visam reduzir o risco de eventos cardiovasculares em indivíduos de alto risco”, ressaltou Strandberg.
A análise ampliou o acompanhamento dos índices de mortalidade para 40 anos – até 2014 – e examinou dados sobre volume de trabalho, sono e férias. A taxa de mortalidade foi consistentemente maior no grupo de intervenção, quando comparado com o grupo de controle até 2004. Já de 2004 e 2014, as taxas de mortalidade foram iguais em ambos.

 

SAIBA MAIS
Férias curtas, mais mortes: férias mais curtas foram associadas ao excesso de mortes no grupo de intervenção. Neste grupo, os homens que tiraram três semanas ou menos de férias anuais tiveram um risco 37% maior de morrer do que aqueles que ficaram de férias por mais de três semanas, de 1974 a 2004.
“Em nosso estudo, homens com férias mais curtas trabalhavam mais e dormiam menos do que os que tiravam férias mais longas”, destacou o professor Strandberg. “Esse estilo de vida estressante pode ter anulado os benefícios da intervenção”.