Sem público até o fim, Campeonato Paulista retorna em 22 de julho

01 - CAPA 2 - Governador Doria - Campeonato Paulista - Foto Governo do Estado de São Paulo

O governo de São Paulo autorizou o reinício da primeira divisão (Série A1) do Campeonato Paulista a partir do dia 22. Segundo o governador João Doria, os jogos deverão ocorrer sem público e em cidades que estejam na fase amarela, a terceira das cinco que integram o Plano São Paulo, que é o programa de flexibilização das atividades no estado.
A competição foi suspensa em 16 de março, por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19). “O Centro de Contingência da Covid-19 aprovou, em conjunto com a assistência médica da Federação Paulista de Futebol (FPF), coordenada pelo doutor Moisés Cohen, o protocolo da retomada do Campeonato Paulista”, anunciou Doria, em entrevista coletiva na quarta-feira (8).
O coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, disse que o protocolo enviado pela FPF foi aprovado por unanimidade. “É importante entender que estamos lidando com uma situação de baixo risco de contágio dos que participam [atletas, equipe técnica e funcionários], inclusive em função da frequência de testagem e monitoramento, além de impacto baixo na saúde, principalmente dos atletas, que têm ótima saúde e condicionamento físico e não apresentam os fatores de risco, caso haja infecção”, analisou.
Presente à entrevista, o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, pediu que os torcedores evitem as imediações dos estádios em dias de jogos. “Peço ao general Campos [João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança Pública] um apoio preventivo para evitar as aglomerações quando forem realizadas as partidas. Vamos utilizar nossa comunicação, junto aos clubes de São Paulo, para fazermos uma divulgação em massa, fazendo esse alerta. Temos que cumprir o compromisso de que não haverá público e aglomeração”, afirmou.
A previsão inicial do governo paulista, segundo anunciado no dia 3 de julho, era que os eventos esportivos só poderiam retornar a partir do próximo dia 27 de julho. A exigência de se estar na fase amarela do Plano São Paulo, porém, foi mantida. Por enquanto, só a cidade de São Paulo e parte da Região Metropolitana da Capital se encontram nessa etapa. Caso o cenário se mantenha após a atualização das fases, hoje, dia 10, a bola só poderá rolar em estádios destas áreas.
“A recomendação do Centro de Contingência é simples: devem ser procurados estádios em regiões no amarelo. Pode acontecer de haver mudança na região e isso tenha que ser revisto. Ideal, e que está acertado com a FPF é que mesmo times baseados em [cidades com] outras classificações preferencialmente façam seus jogos em regiões amarelas. Se não for possível, vamos discutir as situações específicas com a FPF. Como a cada 15 dias há uma revisão da situação do estado, é possível que tenhamos mudança”, afirmou Menezes.
A previsão é que o ‘Paulistão’ termine em 8 de agosto, mesmo dia previsto para o início das Séries B e C do Campeonato Brasileiro e um dia antes do começo da Série A. A coincidência de datas não preocupa ao presidente da Federação Paulista.

Protocolo
O protocolo de 22 páginas versa sobre os procedimentos para os 24 jogos restantes, em seis datas. Segundo o documento, os elencos ficarão concentrados em locais “previamente definidos e preparados durante todo o período de jogos da competição”. As partidas serão divididas em quatro momentos: dias que a antecedem, pré-jogo, o confronto propriamente dito e o pós-jogo.
O espaço dos estádios será separado em três zonas. Na azul, estão as salas e corredores pelos quais passarão atletas, comissão técnica e equipe de arbitragem (incluindo vestiário), banco de reservas, parte da arquibancada (onde também ficarão atletas) e o gramado. Apenas 101 pessoas poderão frequentar essa área, que terá limpeza completa 24 horas antes da bola rolar. O restante do estádio está na área vermelha, com acesso limitado a 65 pessoas. Nos locais, não poderá ser realizada nenhuma atividade no dia anterior à partida. Já na parte externa, abarcada pela zona amarela da divisão, o limite é de 27 pessoas em serviços relacionados ao jogo, como pontos de acesso, estacionamento e credenciamento.
Todos os envolvidos nas partidas serão testados. O acesso de profissionais ao estádio será limitado, com uso de máscaras, a exceção de atletas e arbitragem que estejam em campo.

Foto Governo do Estado de São Paulo