Perfil da judicialização

Luiz Medeiros convida para evento em março

Luiz Medeiros é presidente do Conselho Municipal da Saúde jornal nova metrópole
Luiz Medeiros é presidente do Conselho Municipal da Saúde
jornal nova metrópole

Em março será promovido um evento que visa discutir o perfil da Judicialização da Saúde no Brasil.
De acordo com Luiz Medeiros, presidente do Conselho Municipal da Saúde (CMS), bem como conselheiro estadual e conselheiro nacional da Saúde, esse tema é bastante sugestivo e já vem sendo pontuado no Brasil desde 2013. Para ele, existem muitos fatores que têm contribuído para o aumento das ações judiciais, dentre eles a falta de conhecimento dos médicos sobre a relação nacional de medicamentos que são distribuídos à população, justificativas socioeconômicas inverídicas e até mesmo, benefícios que seriam oferecidos aos médicos pelos laboratórios em troca de prescrições.
De acordo com dados apresentados em 2015, havia um total de 45 mil ações em andamento no Estado de São Paulo, somente para aquisição de medicamentos, sendo 70% advindas de prescrições dos convênios médicos ou de consultas particulares. Outro fator é que 24% eram de medicamentos sem marca específica, cuja formulação genérica poderia ter um custo menor, além de 192 que precisaram ser importados e não possuíam registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Há casos que é necessária a judicialização, mas entendo que em alguns, precisa rever como está sendo judicializado. Se falarmos que a saúde é direito de todos e dever do Estado, entra uma vírgula no Artigo 196 que diz que é garantido mediante políticas sociais, portanto tem que haver uma discussão de como está essa situação no controle social”.
De acordo com o conselheiro, em Indaiatuba, o evento vai abranger 20 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC). “O objetivo é conscientizar o magistrado, gestor, promotoria, conselhos, de que precisa criar nos seus municípios as câmaras técnicas. Peço para que todos venham participar desse evento. Só estamos acertando a logística. Em breve mais informações. Não podemos fechar os olhos e dizer que está tudo tranquilo. O objetivo é provocar a discussão para chegar a uma resolução”, finaliza Medeiros.