Nova técnica faz células com câncer brilharem

Identificação é mais precisa e facilita a remoção

O líquido que ajuda na identificação das células cancerígenas  texto: Clarissa Pains | Divulgação/Universidade de duke
O líquido que ajuda na identificação das células cancerígenas
texto: Clarissa Pains | Divulgação/Universidade de duke

Uma das grandes dificuldades de médicos em cirurgias para remoção de tumores é identificar todas as células doentes. Não raro, um resto de tecido cancerígeno na borda do tumor permanece no paciente, o que aumenta o risco de a doença voltar. A solução para esse problema, no entanto, pode estar próxima. Cientistas da Universidade Duke, nos EUA, acabam de testar uma substância injetável que faz com que as células de câncer se tornem fluorescentes. Assim, a identificação fica mais precisa e rápida, facilitando a remoção de todo o tumor na primeira tentativa.
O método foi desenvolvido em parceria entre o Instituto de Tecnologia de Massachusetts e a Lumicell Inc, empresa especializada na detecção de câncer.
Publicado na quarta-feira (6) na revista ‘Science Translational Medicine’, o estudo feito com 15 pacientes submetidos à retirada de sarcoma e câncer de mama evidencia que o agente, um líquido azul chamado LUM015 injetado no paciente no início da cirurgia, facilitou a identificação de tecidos cancerosos sem efeitos adversos. Principal autor da pesquisa, o especialista David Kirsch ressaltou que este é o primeiro agente de imagem para câncer ativado por enzimas que teve sua segurança comprovada em humanos.
“O objetivo é dar aos cirurgiões uma tecnologia prática e rápida, que lhes permita fazer uma varredura do tumor durante a cirurgia em busca de qualquer fluorescência residual”, destaca o professor de radiação oncológica, farmacologia e biologia do câncer na Universidade Duke.
A fluorescência criada por essa substância torna o tecido tumoral, em média, cinco vezes mais brilhante do que o músculo normal. No entanto, o resultado não é visível a olho nu. Só pode ser detectado por um dispositivo portátil com uma câmara sensível, que também foi desenvolvido pela Lumicell.