No frio, mais comida e menos exercícios a balança percebe

No inverno, as pessoas podem ganhar, em média, até três quilos

texto: Elisa Clavery | foto: divulgação
texto: Elisa Clavery | foto: divulgação

Frio combina com cobertor, que combina com chocolate, que combina com preguiça de malhar. Ainda nem começou o inverno, mas já está dada a fórmula que, até o fim da estação, costuma render alguns ‘quilinhos’ a mais para os menos controlados – esse ganho de peso varia entre 500 gramas e três quilos, segundo especialistas. Ainda tem o agravante das guloseimas das festas juninas e da quebra de rotina, já que nessa estação ocorrem férias escolares.
“Algumas pessoas ficam melancólicas no frio, o que leva à compulsão por comidas que confortam. Infelizmente, pouquíssimas pessoas sentem conforto com comidas como cenoura e frango grelhado”, diz Paula Pires, endocrinologista da Clínica Essenza.
Se dependesse só do frio, a tendência seria emagrecer: para elevar o temperatura corporal, o organismo aumenta o gasto energético em 5% a 10% e o metabolismo é acelerado.
“Isso aumenta a sensação de fome e, por isso, há o vício em carboidratos”, diz o nutrólogo Hugo Coelho Neves.
Outro fator que contribui para ‘enfiar o pé na jaca’ nesse período é que parte dos brasileiros relaciona hábitos saudáveis à estética, e não à saúde.
“No inverno, as pessoas estão com o corpo coberto, menos exposto à praia ou a piscina, e logo desistem de malhar e comem bem”, diz a nutricionista Natasha Barros.

dica

Pelo medo de sair de casa no frio, os exercícios também costumam ser deixados de lado.
“A atividade física eleva o nível de serotonina. Com menos serotonina, ficamos compulsivos por alimentos calóricos (que restauram o nível dessa substância no cérebro)”, explica a endocrinologista. Para não abandonar as atividades, uma alternativa é a busca por outro exercício: “uma solução é o HIIT (método de exercícios intensos que queimam mais gordura em menos tempo), que sobe logo a frequência cardíaca, diminui o frio e o praticante fica menos tempo fora de casa”. Além de comer mais no frio, as pessoas tendem a comer pior – como congelados ou comida entregue em casa. “Pela preguiça de cozinhar, pedem pizza, que vem quentinha, dá para comer no sofá”, alerta Natasha.

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