Hatches de Fiat e Chevrolet se enfrentam

Rodando, o Chevrolet Cruze se mostra superior

Com pequenas mudanças, bem equipado e com bom nível de conforto a bordo, o médio ainda fica devendo um motor mais eficiente
Com pequenas mudanças, bem equipado e com bom nível de conforto a bordo, o médio ainda fica devendo um motor mais eficiente

Cruze e Bravo têm em comum o motor 1.8, e a capacidade do porta-malas, além da dirigibilidade semelhante. Outra ‘coincidência’ é que ganharam leves mudanças visuais recentemente – o que nos motivou a refazer o comparativo vencido pelo Chevrolet em dezembro de 2012. Nos fatores que podem decidir uma compra, o Cruze mostrou mais uma vez por que é o segundo em vendas do segmento. Já o Fiat não está nem entre os cinco mais emplacados.
Em um duelo de versões com câmbio manual de hatches que estão patamares abaixo do Ford Focus, líder de vendas, e do Volkswagen Golf (terceiro), o Fiat saiu na frente por ter preço inicial menor. Na versão Essence, parte de R$ 61.990. O Cruze começa em R$ 69.690 na opção LT, mas venceu por ter conjunto mecânico e desempenho superiores, mais espaço interno e seguro menos salgado.
Só o Chevrolet traz itens de segurança importantes que, para modelos dessa faixa de preço, são quase obrigatórios.

NA PONTA DO LÁPIS
Dar mais liberdade ao consumidor é um mérito do Fiat. Por isso, no quesito preço, o Bravo recebeu nota bem superior à do rival. Mas para a versão Essence trazer todos os opcionais, sua tabela sobe para R$ 69.890.
Além disso, o Bravo 1.8 tem as versões Sport, que parte de R$ 67.990, e
Blackmotion, que custa R$ 68.990. Todas podem receber opcionais.
No caso do Cruze LT, as opções são limitadas. Há apenas um pacote de opcionais, que inclui bancos de couro e câmbio automático. Como este comparativo é de versões com transmissão manual, esse conjunto foi desconsiderado.
As mudanças estéticas do Cruze foram muito discretas. A grade é o item que recebeu mais modificações, embora não tenham sido suficientes para mudar o estilo conservador do modelo. Apesar da falta de ousadia, ele é bonito e deve agradar públicos variados.
Mas estilo está longe de ser seu ponto forte. O destaque é a segurança. O Chevrolet se equipara ao líder de vendas Focus e ao terceiro colocado Golf por oferecer controles eletrônicos de estabilidade e tração, algo que o Bravo não tem nem como opcional. Além disso, sai de fábrica com quatro airbags, incluindo laterais. O Fiat só traz as obrigatórias bolsas frontais.
Rodando, a vantagem do Cruze aumenta ainda mais. Com etanol, seu motor gera 144 cv, 12 cv a mais que o do rival. Além disso, seu câmbio tem seis marchas, ante as cinco do Bravo. A transmissão aproveita melhor a potência e, principalmente, o torque, permitindo arrancadas mais rápidas que as do Fiat. O Chevrolet também é mais ágil nas retomadas de velocidade.
Outra vantagem do modelo feito em São Caetano do Sul (SP) ante o hatch fabricado em Betim (MG) é o manuseio do câmbio. As marchas entram com mais facilidade no Chevrolet. No Fiat, os encaixes se mostram um tanto imprecisos.
Em relação às suspensões, os dos dois carros têm comportamento similar. Em pisos esburacados ou irregulares, absorvem bem os impactos contra o solo, mas deixam esses hatches um tanto ‘bobões’ em alta velocidade – as carrocerias de ambos balançam muito. No Cruze, o ESP auxilia nas curvas.

Sem mudar mecanicamente, o hatch médio apostou em leve mudança visual e reforço de conforto
Sem mudar mecanicamente, o hatch médio apostou em leve mudança visual e reforço de conforto