Eleição avalia 25 categorias

 Cheio de novidades, prêmio do JC elege campeões

texto: Por Por Redação/agência estado | fotos: divulgação
texto: Por Por Redação/agência estado | fotos: divulgação

A eleição anual dos melhores do país feita pelo Jornal do Carro chega à sua 11ª edição cheia de novidades. Pela primeira vez, os campeões foram premiados, em cerimônia que ocorreu durante o Salão do Automóvel de São Paulo e contou com a participação de executivos de montadoras, empresas relacionadas ao setor de veículos e do Grupo Estado.
O prêmio, que a partir de agora passa a ser chamado de ‘Os Melhores’, contemplou 25 categorias. Dessas, 15 (apenas carros) foram escolhidas pela equipe da Redação.
Além de 12 segmentos de veículos, há duas novidades eleitas. Escolhemos os melhores nas categorias ‘Carro Verde’ e ‘Inovação’.
A 15ª e principal, ‘O Melhor do Ano’, escolhe o melhor carro entre todos os eleitos. O prêmio deste ano ficou com o Civic, cuja décima geração acaba de chegar ao país.
Foram considerados na eleição todos os modelos vendidos no Brasil.

SEDÃ COMPACTO
Em um segmento sem muitas novidades, o Fiesta Sedan mantém seu reinado graças ao bom conjunto mecânico e à tecnologia que entrega. O Ford é o único modelo do segmento com equipamentos como câmbio de dupla embreagem, sete airbags e controles de estabilidade e tração.
As versões de topo acrescentam partida sem chave, ar-condicionado digital e central multimídia com tela sensível ao toque (algo que a versão hatch não tem).
Além do bom conteúdo, o sedã é gostoso de dirigir, com reações rápidas ao volante e boa disposição do 1.6 flexível, que gera até 128 cv.
A direção direta e a suspensão bem acertada dão ao Ford comportamento digno de carros de segmentos superiores. O sedã encara sequências de curvas com competência e instiga o motorista para uma tocada mais esportiva.
O câmbio de dupla embreagem tem funcionamento parecido com o de um automático convencional, mas poderia ser mais rápido nas trocas. Ainda assim, isso não chega a comprometer o bom conjunto.
Os pontos fracos são o espaço interno, um tanto limitado para quem viaja atrás, e o preço alto – a versão de entrada parte de R$ 61.590 com câmbio manual e, na opção de topo, a tabela chega a R$ 77.190.
Ainda assim, o valor é próximo ao do principal rival, Honda City, que parte de R$ 60.900. Quem não quiser gastar muito terá de optar por modelos 1.0, como Prisma e HB20, oferecidos por cerca de R$ 45 mil.

Renegade continua sendo imbatível no segmento de utilitários-esportivos
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Volvo XC90 já apresenta a tecnologia dos chamados carros autônomos
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SEDÃ MÉDIO
A 10ª geração do Honda Civic acaba de chegar ao Brasil repleta de qualidades e com foco em não errar, já que o modelo anterior não fez lá muito sucesso por aqui. Fruto de um projeto global, o sedã feito em Sumaré (SP) agrada pelo porte, nível de conforto e tecnologia embarcada, que o tornam superior aos concorrentes em muitos aspectos.
O sedã tem duas versões de motor: 2.0 flexível de até 155 cv e 1.5 turbo a gasolina de 173 cv. O ‘menor’ é um dos melhores da categoria, mas só está disponível na configuração de topo, Touring, à venda no mercado brasileiro por elevados R$ 124.900. Por isso, infelizmente poucas pessoas terão acesso a um carro tão bacana.
Na versão de entrada, Sport, a Honda foi feliz na estratégia de dar ao carro um visual mais esportivo. O objetivo é atrair principalmente os consumidores mais jovens, que costumam valorizar mais o desenho que o conteúdo – embora essa opção também seja bem equipada.
Tabelada a R$ 87.900, essa configuração não tem os cromados da dianteira e traseira das demais e suas rodas são pretas. Trata-se da única a contar com câmbio manual de seis marchas – todas as outras vêm com a transmissão automática CVT, que é ótima para o conforto e economia de combustível, mas inimiga do desempenho.
O Civic tem concorrentes fortíssimos no mercado. O líder de vendas é o Toyota Corolla, que, embora seja um rival tradicional do Honda, é um produto bem inferior.
Outro páreo duro para o Civic é o Chevrolet Cruze, que também acaba de chegar em nova geração e se destaca pelo ótimo motor 1.4 turbo.

SEDÃ GRANDE
Esta é uma categoria bastante variada, que agrega desde os médios-grandes até grandalhões luxuosos, como Mercedes Classe S e BMW Série 7. E nessa miscelânea de preços, dimensões e níveis de sofisticação, o Ford Fusion voltou a se apresentar como a melhor opção para quem precisa de espaço, ótimo porta-malas e tecnologia de ponta.
Com tabela de R$ 121.500 (versão SE flexível, de 175 cv) a R$ 159.500 (híbrido), o Ford tem no custo-benefício a melhor arma. Dos rivais, o Honda Accord parte de R$ 162.500 e o VW Passat, de R$ 161.190. Os demais são bem mais caros.
Na linha 2017, o Fusion, que é produzido no México (por isso, não recolhe imposto de importação), recebeu leve atualização visual e teve o pacote tecnológico ampliado. A alavanca de câmbio, por exemplo, foi substituída por um botão giratório, liberando espaço no console central.
Na versão Titanium, com motor 2.0 turbo de 248 cv (ganho de 14 cv em relação ao anterior), a partir de R$ 138 mil, há agora central multimídia com espelhamento para smartphones. A Titanium AWD (4×4 e tabela de R$ 154.500) passa a ter detector de pedestres com função de frenagem e sistema de estacionamento automático com opção de manobras em vagas perpendiculares.
A potência extra fez bem ao Ford, que, apesar da pegada de ‘barca’, é ágil e responde de forma direta aos comandos da direção. A cabine poderia ser mais bem-acabada.

UTILITÁRIO-ESPORTIVO
Na ausência do Compass, que acaba de ser lançado e não chegou a tempo de fazer parte da eleição, o Renegade, também da Jeep, continua sendo imbatível no segmento de utilitários-esportivos. O lançamento do Kicks apimentou a briga, pois o Nissan tem muita tecnologia embarcada e preço competitivo. Porém, por ora só há a versão de topo. Além disso, está mais para o urbano Honda HR-V que para o Renegade.
O que diferencia o Jeep dos modelos da mesma faixa de preço é a robustez. Só ele tem motor turbodiesel. O 2.0 gera 170 cv e ótimos 35,7 mkgf. Há ainda o rápido câmbio automático de nove marchas. Esse conjunto deixa o modelo muito forte para acelerar e retomar velocidade.
Completam o pacote a tração 4×4 com reduzida, que deixa o Jeep pronto para encarar trilhas difíceis, e as suspensões independentes nos dois eixos, que aprimoram o conforto e a segurança. Trata-se do único compacto que é um ‘jipe’ de verdade.
A versão 1.8 flexível deixa a desejar. O motor, com até 132 cv – a linha 2017 trará uma opção mais potente, de 139 cv -, deixa o Renegade um tanto lento. O câmbio automático, por sua vez, não é dos mais eficientes. Para melhorar o desempenho, a caixa segura muito as seis marchas, aumentando o
ruído e o consumo.
Há também transmissão manual, com cinco marchas. Outro ponto negativo é o pequeno porta-malas, com 273 litros de capacidade.
O Renegade tem preços a partir de R$ 72.990 na versão 1.8. Às com o 2.0 a diesel, a tabela começa em R$ 115.990.

PICAPE COMPACTA
A Saveiro sempre viveu à sombra da líder Fiat Strada, mas este ano, após receber algumas mudanças, conseguiu virar a mesa e levar o título de melhor picape compacta. Pela primeira vez, o modelo traz um desenho diferente do carro-chefe da gama, o hatch Gol. O resultado ficou interessante, principalmente nas versões Cross, com apelo aventureiro.
Além disso, a Saveiro tem itens de segurança não disponíveis na Strada, como o importante controle de estabilidade (ESP), além dos freios traseiros a disco. Na linha 2016, a compacta ganhou até controle de descida, similar ao de picapes maiores, e modo off-road para os freios ABS.
Por dentro, o painel renovado abriu espaço para uma central multimídia com direito a navegador GPS e espelhamento de smartphones. A Strada até tem essa comodidade, mas é um acessório instalado em concessionária e difícil de usar.
Os motores 1.6 da VW são robustos e eficientes. A maior parte da linha utiliza uma versão de 104 cv, enquanto a Saveiro Cross traz o mesmo do Fox de topo e do Golf de entrada, com 16 válvulas e até 120 cv.
Independentemente da opção, a Saveiro é muito mais gostosa de guiar e confortável que a Strada, além de ter mais espaço no banco traseiro das versões com cabine dupla. Embora a rival da Fiat possa ter uma prática terceira porta, o banco traseiro é muito apertado. Os preços da Saveiro começam em R$ 44.490 e vão a R$ 70.950.
PICAPE MÉDIA
Em meio à avalanche de novidades no segmento de médias, como novas gerações e reestilizações de picapes veteranas, a Ranger também se mexeu. As mudanças foram suficientes para fazer a Ford ganhar, pela quinta vez, o título de melhor do segmento.
Como nos outros anos, o modelo feito na Argentina se destaca pela variedade de configurações, com boas ofertas de motores e con-
teúdo.
Neste ano, a picape da Ford recebeu reestilização e, por ora, não há mais oferta de cabine-simples. Isso porque, conforme a marca, a configuração que vende de fato é a com cabine dupla.
Além da renovação no visual, a Ranger ganhou tecnologias até então não disponíveis no segmento. Entre os destaques há painel de instrumento com duas telas configuráveis, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, alerta de mudança de faixa que ‘puxa’ o volante para alinhar o veículo e aviso de alerta de colisão que aciona os freios. Há ainda controles de tração e estabilidade.
Outras virtudes da picape são o bom acerto da suspensão, a transmissão automática de seis marchas e o motor 3.2 turbodiesel de 200 cv.
A gama inclui versão com câmbio manual de cinco marchas e motor flexível 2.5 de 173 cv, além do 2.2 turbodiesel de 160 cv – acompanhado de transmissão automática ou manual.
O pecado está na qualidade do acabamento da cabine. O preço inicial da Ranger é de R$ 102.200.
Fazem falta recursos como direção semiautônoma, oferecido no Japão, assistentes de permanência em faixa de rolamento e controle de velocidade de cruzeiro adaptativo.

CARRO VERDE
Desempenho próximo ao de carros convencionais com motor 1.8 e consumo menor que o de modelos 1.0. O Prius alia o melhor dos dois mundos, graças à eficiência de seu conjunto híbrido, formado por um 1.8 a gasolina de 98 cv e um elétrico de cerca de 72 cv, resultando em potência total de 123 cv.
O Toyota acelera de 0 a 100 km/h em 11 segundos, com média de consumo de um litro de gasolina a cada 17 km na estrada e 18,9 km na cidade, marcas que fazem dele o carro mais econômico à venda no país. Por R$ 123.950, é o híbrido mais acessível – o Ford Fusion Hybrid sai a R$ 159.500.
Os números favoráveis podem convencer até quem não se encantou pelas linhas nada convencionais do Prius. Revelada no ano passado, a quarta geração estreou nova plataforma e ganhou 6 cm no comprimento, além de desenho mais arrojado, com faróis de LEDs com formato de bumerangue.
A cabine mantém o ar futurista, com a alavanca do câmbio CVT em formato de joystick. Duas telas de 4,2” e o Head Up Display exibem várias informações ao motorista.
O Prius tem rodar macio e silencioso, sobretudo quando apenas o motor elétrico está em ação. Quando exigido, o 1.8 a gasolina ‘acorda’ e entrega desempenho suficiente para a cidade ou viagens.
Fazem falta recursos como direção semiautônoma, oferecido no Japão, assistentes de permanência em faixa de rolamento e controle de velocidade de cruzeiro adaptativo.

INOVAÇÃO
A contagem regressiva até a chegada dos carros autônomos às ruas deve acabar em 2020, mas alguns modelos em produção estão cada vez mais perto dessa realidade. Um dos poucos disponíveis no país é o Volvo XC90, que parte de R$ 346.900.
Seu sistema Pilot Assist é uma evolução do controle de velocidade de cruzeiro adaptativo. Além de regular a velocidade, mantendo distância segura do veículo à frente, controla a trajetória, por meio da leitura das faixas de rolamento da via. Na prática, permite ao XC90 rodar, por alguns segundos, sem interferência do motorista.
Mas esse não é o único atrativo do utilitário sueco. Há ainda assistente de estacionamento, que para o carro em vagas paralelas ou perpendiculares à via, assistente de frenagem anticolisão, faróis altos inteligentes, Head Up Display e alerta de tráfego lateral.
A parte central do painel é dominada por uma ampla tela sensível ao toque, de operação semelhante à de celulares, que inclui navegador GPS, central multimídia e o manuseio e customização de várias funções do veículo. É possível criar quatro perfis para memorizar preferências individuais, entre ajustes de bancos e retrovisores, estações de rádio, temperatura do ar-condicionado e modos de condução, por exemplo. Por meio de um aplicativo, o motorista regula a climatização da cabine e envia endereços ao GPS.
Pesam contra as rebarbas no acabamento, imperdoáveis em carros dessa faixa de preço.