Dentro do coração, dor ou lembrança boa?

Como transformar a saudade em algo que pode fazer bem

texto: evelin azevedo/infoglobo | foto: divulgação

Palavra que só existe em português, sentimento que ecoa nos corações de pessoas que falam qualquer idioma. A saudade pode ser vista como uma grande dor – pela perda de alguém querido – ou como uma bela lembrança de um tempo bom. O sentimento é tão significante que ganhou até uma data no calendário: 30 de janeiro.
“A saudade é definida como um sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas. É por isso que dizem que saudade é a presença da ausência. Existe uma conotação de nostalgia quando se pensa em saudade” – explica a psicóloga e psicanalista Renata Bento.
Mesmo sendo retratada como um sentimento que dói, a saudade é a inspiração para diversas músicas e poemas. Mas é possível, sim, sentir dor física por causa dela. Além disso, a sensação de ausência pode desencadear alguns problemas de saúde.
“Ela pode fazer disparar uma depressão, sentimentos melancólicos ou outros fatores que podem prejudicar a saúde. A mente e o corpo caminham juntos. É possível que a dor da saudade seja sentida fisicamente” – afirma Renata.
É preciso ficar alerta para que esse sentimento não deixe a pessoa ‘paralisada’. Em muitos casos, a ajuda de um psicólogo é fundamental para controlar a situação.
“Para evitar que a saudade interfira em nossa vida e na rotina de compromissos, devemos buscar compensar a lembrança antiga com novas experiências, tão ou mais prazerosas quanto as anteriores” – orienta a profissional Paula Emerick, neuropsicóloga e também fundadora da Solace Institute.