Campanha nacional de vacinação infantil

Pólio e outras doenças

O “Dia D” de imunização será em 20 de agosto, mas programa vai até setembro

C omeçou em Indaiatuba, nesta semana, a Campanha de Multivacinação, com o objetivo de atualizar a carteirinha de vacinação de crianças maiores de 6 meses a menores de 15 anos. Dezesseis tipos de vacinas estarão disponíveis para este público em todas as unidades básicas de saúde (UBS), das 7h30 às 16h30.
Crianças e adolescentes que estiverem com algum imunizante em atraso podem atualizar a carteirinha. As vacinas disponíveis são: pentavalente; pólio inativado; pneumo 10; sarampo, caxumba e rubéola; rotavírus; vacina oral contra poliomielite; tríplice bacteriana (DTP); hepatite B; hepatite A; varicela; febre amarela; meningite (ACWY); gripe; hpv; difteria e tétano (DT). Os profissionais de Saúde também poderão receber a vacina meningocócica C, desde que seja comprovado o vínculo empregatício na área.

Prazo
A Campanha de Vacinação contra Poliomielite e Multivacinação acontece até 9 de setembro e tem “Dia D” em 20 de agosto em diversos pontos alternativos de Indaiatuba com o objetivo de alcançar maior público.

Para a vacinação devem ser apresentados Cartão SUS, RG ou documento com foto e carteira de vacinação, para que o profissional de saúde possa atualizar com as vacinas faltantes. É necessário também que um responsável esteja acompanhando a criança.

Pólio
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado Poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, também pode ocorrer em adultos. O período de incubação da doença varia de dois a trinta dias sendo, em geral, de sete a doze dias. A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias como gripe – febre e dor de garganta – ou infecções gastrintestinais como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarréia. Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido. Uma pessoa pode transmitir diretamente para a outra.

Contágio
A transmissão do vírus da poliomielite se dá através da boca, com material contaminado com fezes (contato fecal-oral), o que é crítico quando as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. Crianças mais novas, que ainda não adquiriram completamente hábitos de higiene, correm maior risco de contrair a doença.

Sem tratamento
A poliomielite não tem tratamento específico. A doença deve ser evitada tanto através da vacinação contra poliomielite como de medidas preventivas contra doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos. As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação também são fatores que favorecem a transmissão da poliomielite. Logo, programas de saneamento básico são essenciais para a prevenção da doença. No Brasil, a vacina é dada rotineiramente nos postos da rede municipal de saúde e durante as campanhas nacionais de vacinação.

A imunização contra a poliomielite deve ser iniciada a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos 5 anos de idade. No ano passado, menos de 70% do público-alvo foi vacinado.

Erradicação
Este ano, nem metade das crianças que precisam tomar a primeira dose da vacina foi aos postos de saúde.
A pólio está erradicada no Brasil, que não registra casos há mais de 30 anos. Mas ela voltou em países como Israel e Moçambique.
A Organização Panamericana de Saúde alerta para a importância de a cobertura vacinal ultrapassar 95%. Caso contrário, a poliomielite poderá reaparecer.

Foto: Leonardo Cruz RIC/PMI