Baterias devem dar ‘salto tecnológico’

Escondidas dentro dos smartphones, as baterias parecem paradas no tempo. Para a maioria das pessoas, elas passaram os últimos anos sem grandes transformações, já que terminar um dia de uso intenso com o celular ligado ainda é tarefa quase impossível. Nos laboratórios, porém, as baterias avançam mais do que nunca: pesquisadores tentam garantir que elas acompanhem o ritmo da inovação. O fato é que estamos cada vez mais próximos de um salto tecnológico, que poderá transformar a autonomia dos dispositivos.
“A pesquisa de baterias está em um ritmo de desenvolvimento acelerado”, afirma a pesquisadora de sistemas de energia do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Maria de Fátima Rosolem. “Experimentos com baterias de íons de lítio e outros materiais estão em andamento e, com o surgimento de carros elétricos, as pesquisas de novas baterias estão se acelerando.”
Atualmente, as baterias usadas em smartphones e outros eletrônicos, como notebooks, são feitas de íons de lítio. A tecnologia permite que os compostos químicos transfiram íons e elétrons da placa positiva para a negativa e vice-versa. Isso faz com que a energia flua por meio dos terminais positivo e negativo, como em uma pilha, para levar energia ao dispositivo.
A tecnologia foi criada em 1991 e, embora tenha sido aprimorada ao longo do tempo, não consegue aumentar significativamente a quantidade de energia armazenada. Para romper com essas limitações, novas tecnologias estão sendo desenvolvidas. A mais próxima de se tornar realidade é a bateria de microcerâmica. Em vez da composição atual, que usa gel como eletrólito, ela adota uma camada de cerâmica, mas esta não é a única aposta da indústria para o futuro. Em 2025, é possível que as baterias de estado sólido já tenham chegado ao mercado. Com uma placa de metal no lugar do eletrólito, ela será mais fina e terá sua capacidade multiplicada em quatro vezes. Isso deve permitir, por exemplo, que os smartphones só precisem ser carregados a cada dois dias.