Audi RS6 Avant é suprassumo

Modelo é a prova definitiva do porquê as peruas não devem se aposentar

A Audi RS6 Avant tem tudo que qualquer fã de carro pode querer. A quarta geração da perua esportiva chega ao Brasil com acabamento primoroso e várias soluções eletrônicas, inclusive em relação à conectividade. Seu motor V8 turbo a gasolina gera 600 cv e 81,6 mkgf, o câmbio é automático de oito marchas e a tração, 4×4. Até cinco adultos viajam com muito conforto e o porta-malas tem 565 litros de capacidade – são quase 100l a mais que o de um Toyota Corolla, por exemplo. Ela é tão cheia de predicados que nem precisaria ser linda. Seu único “defeito” é o preço, de R$ 899.990.

Num primeiro momento, esse monte de números assusta. Mas após se sentar ao volante da nova RS6 e pisar com força no acelerador, certamente o motorista sairá convencido de que ela vale cada centavo.

Quase tudo exclusivo. As exceções são teto, portas da frente e tampa traseira, que são iguais às da A6 Avant, a versão, digamos, mansa da perua.

Vista de frente, a RS6 impressiona. A nova identidade visual da divisão de carros esportivos da Audi é marcada pela grande grade com interior em forma de colmeia. A inscrição “quattro”, alusiva à tração integral, saiu de cena nessa geração.

Nas extremidades do para-choque, inspirado no do superesportivo R8, há entradas de ar também em formato de colmeia. Elas ajudam a refrigerar os discos de freio e a dissipar água e pedriscos dos pneus.

Aliás, o carro avaliado tinha pneus 285/30 R22 e rodas de liga leve de 22 polegadas. Segundo a Audi, para abrigar as “patonas” a RS6 ganhou caixas de rodas maiores. Isso acrescentou 40 mm a cada lado do carro.

Com cinco raios, as rodas deixam à mostra as pinças da italiana Brembo pintadas de vermelho e os discos de carbono cerâmica. Todos esses itens são opcionais. A “nossa” RS6 estava com o pacote Dynamic Plus, o mais completo disponível.

O sistema mais eficiente de frenagem vem combinado com a liberação do cabresto que limita a velocidade eletronicamente a 250 km/h. Assim, a perua chega a 305 km/h. Mas, como tudo na vida tem um preço, esse kit custa R$ 95 mil.

O capô é novo e os faróis vêm da linha A7. A RS6 avaliada tinha faróis de laser RS Matrix (opcionais) com acabamento escurecido. E, assim como as lanternas traseiras, também de LED, as luzes de seta se acendem de forma sequencial. E são acionadas quando as portas são travadas ou destravadas.

Por dentro, o acabamento da RS6 é primoroso. O interior tem revestimentos nobres, como metal escovado, fibra de carbono e couro. Nos bancos, o material é perfurado. Além disso, os assentos de motorista e passageiro têm ajustes elétricos e opções de memória, além de ventilação.

Atrás, há bom espaço para três. Na RS6 anterior oferecida no Brasil, um grande descansa-braço com porta-copos limitava a área a dois passageiros.

O quadro de instrumentos é virtual e configurável. E, tanto o painel quando a parte superior do console central integram telas sensíveis ao toque. Por meio deles, é possível acionar os sistemas de entretenimento e conectividade. Bem como ajustar a temperatura e direcionar o fluxo do ar-condicionado.

Informações sobre os vários dispositivos eletrônicos e componentes também estão à disposição do motorista. Dá para acompanhar a disponibilidade de potência e torque em tempo real. Bem como checar a temperatura do sistema de tração e pneus e a pressão do turbo. E até conferir o valor da força “g” em curvas mais fechadas.

Aliás, o motorista fica posicionado como se estivesse em um cockpit de um carro de competição. Mesmo para quem prefere um estilo de condução mais tranquilo, a RS tem lá seus predicados. O difícil é conseguir controlar o ímpeto de pisar um pouco mais forte no acelerador.

Seja como for, a perua da Audi tem várias opções de modos de condução. São eles: comfort, auto, dynamic e efficiency, além do RS, RS1 e RS2, que são ainda mais voltados à esportividade e podem ser configurados individualmente. O acionamento pode ser feito por meio de um botão giratório no volante.

Esses modos ajustam as respostas da direção, motor, câmbio e suspensão. Assim como o esterçamento das rodas traseiras – em até 5 graus em baixas velocidades, para auxiliar as manobras, e 2 graus em alta velocidade, favorecendo o controle.

Força Bruta
Na prática, a RS6 é um torpedo sobre rodas. Mesmo quando o modo comfort está ativado, basta calcar o pé no pedal da direita para a fera despertar. A perua alemã acelera de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos.

Ao chegar a 120 km/h, a carroceria pode baixar 10 mm automaticamente. O objetivo é reduzir a resistência ao ar e também melhorar a estabilidade.

Ao volante da RS6, a sensação de controle é total. Também colaboram com isso a tração nas quatro rodas, os pneus grandes e vários controles eletrônicos. Segundo a Audi, são mais de 30.

Isso inclui os de velocidade de cruzeiro adaptativo, que mantém a distância do carro à frente, e frenagem de emergência em caso de risco de colisão. Há ainda recurso que evita saída involuntária da faixa.

Além disso, para reduzir a sede do “vê-oitão” há sistema elétrico de 48 Volts. A eletricidade gerada em desacelerações é envida a uma bateria específica. E quatro cilindros pode ser desativados quando o carro roda na cidade, por exemplo.

Ou seja, a RS6 pode ser um ótimo carro familiar. Mas como esportivo que ela é excelente.

Texto: Por Tião Oliveira /agência estafo | foto: divulgação