Advogada Lenora Panzetti é homenageada

Cerimônia refere-se ao caso de adoções de Monte Santo (BA)

A advogada Lenora Thais Steffen Todt Panzetti com familiares, o presidente da Comissão de Direito a Adoção da OAB/SP Antonio Carlos Berlini e o diretor-tesoureiro da Subseção da OAB de Indaiatuba tarik costa
A advogada Lenora Thais Steffen Todt Panzetti com familiares, o presidente da Comissão de Direito a Adoção da OAB/SP Antonio Carlos Berlini e o diretor-tesoureiro da Subseção da OAB de Indaiatuba
tarik costa

A advogada Lenora Thais Steffen Todt Panzetti foi homenageada na segunda-feira (22), em Cerimônia de Desagravo Público, que consiste em uma medida efetivada na defesa do advogado que tenha sido ofendido no exercício da profissão ou em razão dela, em virtude do seu patrocínio como advogada, no caso das adoções de Monte Santo (BA), na sede da OAB/SP. Atualmente, a advogada é representante legal de duas das quatro famílias afetivas.
O Desagravo foi concedido em razão da aprovação de Moção de Repúdio a Advogada, de autoria do ex-vereador Agnério Néri Ferreira (atualmente exercendo as funções de Superintendente da Fundação Instituto de Educação de Barueri/SP), pela Câmara Municipal (dos Vereadores) de Barueri, em Sessão Plenária realizada em 30 de outubro de 2012, então presidida pelo Sr. Francisco dos Reis Vilela.
Para Lenora, a Cerimônia de Desagravo foi o reconhecimento, pela OAB/SP, da dedicação de seu trabalho para trazer a verdade à tona e devolver as crianças às suas famílias afetivas, pelo que sempre acreditou. “O Desagravo foi uma coroação, não só para mim, mas para as famílias que represento desde o início do caso e que estiveram presentes também neste momento.”
CASO
Em maio e junho de 2011, cinco crianças tiveram concedidas as guardas provisórias, em processo de adoção, ingressados por quatro famílias paulistas, de Indaiatuba e Campinas, após o Ministério Público do Estado da Bahia, haver ingressado com uma Medida Protetiva em favor das crianças, dados os riscos a que estavam expostas em razão do flagrante abandono configurado.
As famílias paulistas, desde a primeira reportagem em um programa de televisão da Rede Globo, foram acusadas de integrar uma rede de tráfico de crianças, que arrancaram as crianças de seus pais, no sertão da Bahia. O novo juiz do caso, Luiz Roberto Cappio Guedes Pereira, em novembro de 2012, revogou as Guardas Provisórias e determinou a Busca e Apreensão das Crianças, as quais viviam com suas famílias afetivas, há cerca de um ano e oito meses. As crianças foram levadas de volta à Bahia, impedidas de manter com eles qualquer espécie de contato.
Após a tomada de todas as medidas judiciais possíveis, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, designa a audiência para o julgamento do Recurso de Apelação interposto pelas famílias e pelo Ministério Público, anulando a sentença proferida pelo juiz.
Na véspera do julgamento do Recurso de Apelação, em 26 de maio de 2015, a mãe biológica, deu uma entrevista exclusiva a outra emissora e contou sobre a farsa que envolvia promessas recebidas, dinheiro, casa, entre outros detalhes. Arrependida, pediu, também, para que devolvessem seus filhos às mães afetivas.
Dos cinco, apenas um dos irmãos, não teve a mesma sorte. A família (mãe afetiva) com quem ele permaneceu por um ano e oito meses, havia protocolado seu pedido de desistência no processo em setembro de 2015. Hoje ele permanece em Monte Santo, com sua mãe biológica e o outro irmão (nascido enquanto os demais estavam em São Paulo).